Tuesday, October 20, 2009

Atividades práticas



Durante todo tempo das nossa graduação estivemos colocando dentro da nossa prática os novos conhecimentos. Estes tipos de integração é fundamental para sentirmos na nossa realidade, o retorno que podemos ter com o desenvolvimento conquistado. Muitas destas atividades foram responsáveis por mudanças de olhar , de manejo e de planejamento nas nossas aulas, posso citar as atividade de Etnias que se tornou significativa tanto para mim como para alunos e pais.

Este semestre não poderia ser diferente. Temos muitos textos para ler mas a maioria deles são excelentes . Não sei se é por estarmos mais qualificados e eles começam a fazer mais rapidamente sentido ou se os assuntos tratados estão latentes na nossa prática diária como é o caso de " Tem um Montro no meio da história" de Gurgel. Entender a forma como se processa a mente infantil e saber analizar a partir de suas contagens de histórias é muito importante. Sair a campo para trazer documentada uma destas contruções foi muito melhor ainda. Realizei com três alunos do Jardim nível B e me diverti muito escutando e escrevendo suas produções. Eles são demaisssssss.

Mas hoje , emocionada por estes acontecimentos, resolvi trazer para meu Blog a contagem de uma "menina", estudante do EJA da minha escola com 46 anos :

Alda Galvão da Silva
46 anos
aluna da T11
Aprendeu a ler mais com Testemunhas de Jeová

Um final de semana de Alda

Eu trabalho na sexta -feira, pego livros para cantar hinos que eu gosto,até os livros das crianças ,fico em casa.Estive quase desistindio , mas a professora disse para eu não eu não desistisse de estudar.
A professora Jaci lá de fora era muito ruim, agora ela se aposentou.
Eu cozinho , pouco estou só eu em casa. Eu nunca fico parada. meus filhos são iguais quando são convidados para almoçar

Sunday, October 11, 2009




Prática docente no EJA


Bem depois de realizar a leitura dos textos me puz a pensar nas minhas vivências em torno da alfabetização de adultos.Lembro que minha tia, que aliás postei no meu blog no inicio deste curso, não sabia ler nem escrever, mal conseguia fazer o seu nome, mas contava estórias como poucos. sempre que falava alguma coisa de forma errada gostava de ser corrigida pois dizia que sempre era hora para se aprender alguma coisa. Era uma pessoa muito aberta ao novo o que nos dava abertura para ensiná-la tudo que considerávamos importante. Atualmente tenho de forma alternada o convívio de um primo, capataz de fazeda, com mais de 60 anos, letrado pela vida , consegue apenas identificar algumas letras do alfabeto. Muitas das minhas intervenções na conquista de sua alfabetização se tornaram infundadas pois ele é um nômade, quando penso que vai ficar já está indo embora para outro estado a trabalho. Analisando estes dois e as minhas modestas intervenções e mesmo com algumas tentativas de reforço com outras pessoas mais velhas tenho observado que avaliar e conhecer bem a pessoa com que vamos trabalhar é fundamental, identificar seus interesses, suas vivências , suas limitações é antes de mais nada a base para a construção da nossa interação e integração no espaço de mundo destes indivíduos e sem o qual não conseguiremso criar subsídios de atuação metodológica para ajudar na aquisição da escrita e leitura. Conhecer suas limitações e a maneira como ele contrói e desenvolve suas contruções nos serve de suporte para nossas mediações para que toda esta magia seja conquistada, precisamos antes de mais nada gostar muito do que fazemos , sermos eternos pesquisadores e fundamentalmente inclusos neste grupo que queremos desenvolver. Como Freire mesmo salienta , é muito importante desenvolvermos a visão que eles tem de mundo a partir dos seus olhares da realidade que vivenciam.

CONTAGEM DE ESTÓRIAS
O texto de Gurgel: " Tem um monstro no meio da história" pude analizar melhor a maneira significativa que nossas crianças desenvolvem oralmente suas histórias.Este processo acontece mesmo antes de a criança falar, ela escuta as estórias contadas e vai armazenando dados que organizam seu repertório de imagens , nomes e roteiros de ações que irá usar mais tarde. A fala para elas é um progresso importante pois com ela poderá verbalizar a seu modo estas produções de acordo com suas interpretações organizando uma possível narrativa." O pensar não se estrutura internamente, mas no momento da fala", como diz Maria Virginia Gastaldi.
Nas suas narrativas muitas vezes misturam a realidade na ficção o que é muito normal.
Para efetivação deste tema nos foi pedido uma atividade que confesso achei muito interessante. Deveríamos procurar uma criança não alfabetizada e pedir para que nos contasse uma história.
Procurei nas turnas de jardim da minha escola por esta criança. Quando lá cheguei eles estavam na rodinha , momento este de contagem de histórias ou de conversa coletiva sobre algum tema considerado importante. Conversei rapidamente com minha colega sobre meus motivos da minha presença e ela prontamente perguntou para o grupo quem queria contar uma estória para o grupo, atendendo a meu pedido. Muitos se manifestaram e os que contaram fizeram muito bem , mas encontrei histórias bem desenvolvidas e sem nenhuma mistura de fatos imagináveis, era histórias bem conhecidas e conclui que estas já deveriam estar bem decoradas. Me dirigi para outra sala de jardim nivel A e pedi a colega que lá estava para convidar um dos seus alunos para realizar esta contagem fora da sala . Saindo pra o pátiocom o aluno escolhido conversei primeiro com ele para deixá-lo tranquilo e depois perguntei se ele sabia cntar histórias, que podia ser qualquer uma , até sobre coisas que ele tenha feito , do seu final de semana , enfim...
Ele disse que adorava contar histórias e me disse uma bem interessante. Vou colocar aqui de forma resumida . Ele colocava que tinha muito medo de ficar sozinho na casa dele por que seu pai tinha morrido e sua mãe dizia que ele estava ainda ali. Que ele estava no armário e as vezes encostado na porta. disse também que não tinha medo só disso, mas que não se sentia bem na rua por que o sol o perseguia, onde ele ia o sol ia atrás e á noite as estrelas e a lua faziam o mesmo. Colocou que não era somente ele que pensava assim , que seu amigo, colega da sala, também sentia o mesmo. Disse também que queria saber por que eles o perseguiam e que quando caminhava anda rápido e não gostava de olhar para trás.
Com toda este material e preocupada com os dados obtidos , conversei com minha colega para que faça uso da maneira que achar conveniente pois acho que estes medos naturais também nesta idade , são um bom tema para ser desenvolvidos com sua turma e desta forma esclarecer e minimizar este sentimento real .
Currículo Integrado

Estes termos como "Interdisciplinariedade", "educação global", "centro de interesses","metodogolia de projetos" e "globarização" são bastante novos.
Eu mesma quando fiz o Magistério e meu estágio era todo com base e aplicação
de centro de interesses. Lembro que quando fiz meu ensino fundamental as coisas não eram bem assim, a educação era baseada em conteúdos fixos , nas escolas apalavra de ordem era disciplina forte e decoreba. Muito poucos professores se esmeravam em explicações, tínhamos que estudar muito em casa para poder alcançar nossos objetivos ou dos pais, que consideravam muitas vezes que não aprendíamos porque não nos dedicavamos, e que a escola estava sempre certa. Não era meu caso pois meu pai sempre esteve presente tentando explicar o melhor que podia tudo que eu não conseguia. Tenho inclusive um livro bem antigo que guardo com todo o carinho desta época. Este livro era de " Aritmética" que ele usou quando estudava para o concurso do Banrisul, eu nem pensava ainda em existir.Os números todos decimais pois o dinheiro da época eram réis. Foi com este mateial que aprendi porcentagem , regra de três tanto simples como composta, imaginem....e ele nas minhas pegadas me explicandoe exigindo que eu lesse e tentasse entender, ou seja interpretar.Ele era um auto didata, comum para os que precisavam e tinham muita força de vontade na época pois as escolas não facilitavam em nada. Nos dias de hoje eu diria que meu pai teria realizado sua formação no EJA , mas como esta situação aconteceu entre 1936 e 1938 ele tinha mesmo era que lutar sozinho. A saida era estudar , mas o ensino como sempre oscila conforme os interesses do governo e este pensa e age em acordo como mercado , por tanto as escolas ensinavam para atender as necessidades do mercado também.
Não lembro de algum dia sentar em círculo ou em duplas no ensino funamental, sempre sentávamos enfileirados e algumas vezes pude perceber a classe fixa no chão. Quando o professor entrava em sala e quando saia todos levantavam , o mesmo acontecia quando chegava alguém na sala de aula e em coro falávamos:" Bom dia" . Com os anos passando pude perceber que começava a acontecer algumas flexibilidades, naõ mais exigiam tanto que decorássemos pontos de histórias, capitais brasileiras . Já podíamos perguntar e erámos atendidos, professores começavam a usar outros recuros visuais nas aulas e existia uma que até se caracterizava de personagens históricos para facilitar nossa memorização.Com a introdução da "matemática moderna começei a gostar da área lógica e a entende-la. lembro que mesmo assim muitos "rodavam" e com o tempo até desistiam deixando para depois retomarem os estudos com o famoso " artigo 99"( hoje chamamos de exclusão).
Com esta divagação que este conteúdo e os textos que li me levaram a realizar,pude perceber através das memórias contadas pelo meu pai e as minhas lembranças vividas os avanços que a educação passou. Hoje temos escolas priorizando habilidades, baseadas na democracia, com currículos integrados, respeitando as diferenças , minimizando as exclusões e integrando socialmente tornando desta forma efetiva a cidadania .




DE QUEM É ESTE LIXINHOOOOO????????
Em uma das aulas presenciais do Seminário Integrador nos foi indicado a realização de uma atividade muito interessante. Devíamos, em grupo de quatro pessoas, analisar um "lixo" e criar hipóteses sobre o perfil de quem deveria tê-lo produzido, destacando as evidências e os indícios que foram encontrados bem como os argumentos que embasam as nossas conclusões. Me senti a própria Skerlock Holmes em meio a um caso investigativo....
Em um primeiro momento, eu e minhas outras colegas fomos retirando os objetos do saco de lixo. Eram revistas e jornais com artigos de decoração,bijuterias, tic-tac, caixinha de chicletes, crucifixo, santinhos, notas de restaurantes , de abastecimento, periféricos de computador, de hotel, fita elática, remédios, peças de um quebra-cabeça em fim, canetinha, imãs de geladeira com propaganda de tele entrega.
Durante a socialização de nossas hipóteses nos foi perguntado qual seria a idade da pessoa adulta da casa e confesso não ter percebido nada que indicasse tal dado. Qual foi minha surpresa ao constatar que junto com os medicamentos havia um de reposição hormonal indicando que se tratava de uma mulher em fase de climatério, portanto uma pessoa madura.
Se quizerem ver a atividade como ficou está publicada no endereço abaixo:
Aprendemos que nossas hipóteses construídas somente puderam ser bem argumentadas apartir de nossos conhecimentos prévios tanto que os objetos que não conheciamos fomos pesquisar para saber que eles significavam e qual seu uso para concluir a tarefa.