Sunday, October 11, 2009




Prática docente no EJA


Bem depois de realizar a leitura dos textos me puz a pensar nas minhas vivências em torno da alfabetização de adultos.Lembro que minha tia, que aliás postei no meu blog no inicio deste curso, não sabia ler nem escrever, mal conseguia fazer o seu nome, mas contava estórias como poucos. sempre que falava alguma coisa de forma errada gostava de ser corrigida pois dizia que sempre era hora para se aprender alguma coisa. Era uma pessoa muito aberta ao novo o que nos dava abertura para ensiná-la tudo que considerávamos importante. Atualmente tenho de forma alternada o convívio de um primo, capataz de fazeda, com mais de 60 anos, letrado pela vida , consegue apenas identificar algumas letras do alfabeto. Muitas das minhas intervenções na conquista de sua alfabetização se tornaram infundadas pois ele é um nômade, quando penso que vai ficar já está indo embora para outro estado a trabalho. Analisando estes dois e as minhas modestas intervenções e mesmo com algumas tentativas de reforço com outras pessoas mais velhas tenho observado que avaliar e conhecer bem a pessoa com que vamos trabalhar é fundamental, identificar seus interesses, suas vivências , suas limitações é antes de mais nada a base para a construção da nossa interação e integração no espaço de mundo destes indivíduos e sem o qual não conseguiremso criar subsídios de atuação metodológica para ajudar na aquisição da escrita e leitura. Conhecer suas limitações e a maneira como ele contrói e desenvolve suas contruções nos serve de suporte para nossas mediações para que toda esta magia seja conquistada, precisamos antes de mais nada gostar muito do que fazemos , sermos eternos pesquisadores e fundamentalmente inclusos neste grupo que queremos desenvolver. Como Freire mesmo salienta , é muito importante desenvolvermos a visão que eles tem de mundo a partir dos seus olhares da realidade que vivenciam.

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